sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

BOA IDA

Recordação que trago da vida
É o canto que paira no ar
Para encontrarmos na casa da paixão.

É entrar na hora certa 
E sair em boa hora
Enaltecendo o beijo.
Que me deixa louco
E até  que o sol vá embora.

Louco ou lúcido vou e levo.
Louco ou lúcido vou agora.
Não quero ir,
Não quero ficar,
Só quero tudo,
Em boa hora.

                  Vinicius Fernandes

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SUSPIRO

"Mimosa flor das escravas!
O bando das rolas bravas
Voou com medo de ti!...
Levas hoje algum segredo...
Pois te voltaste com medo
Ao grito do bem-te-vi!"
(Castro Alves)


Senhora.
Vou lembrar-me daqueles dias.
Dias em que repartimos os desejos secretos
E somos obrigados a calar.

Senhora!
Estás escutando
Os gritos que outrora 
Quebrou o silêncio que pairava em teu Coração?

Mostra-me o caminho da liberdade.
  
Os pássaros já estão cantarolando no terraço
As folhas caem...
E eu me entrelaço
Nos caminhos da paz 
Perturbando,
E despedaçando,
Os últimos laços 
De amor
E de nada mais.


Senhora! Senhora!
Onde Estás?

                      Vinicius Fernandes

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

LEGADO DA FELICIDADE

Aos Alunos do 3º Ano de 2010 do CEMA

Não sei nem como começar,
Começo pelo fim
Ou começo pelo começo?

Você decide.

Pois, para quem muito viveu,
Para quem muito sofreu,
Para quem muito sorriu...
O tempo passou.

Para quem muito brigou,
Para quem muito falou,
Para quem muito gritou...
O tempo parou.

E, onde o bom do novo é ser velho.
Por cada canto que passarmos, daqui em diante
Poderemos estar unidos por aquele sorriso
Aquele velho sorriso, que por muitas vezes é novo.

Foram-se os bons tempos
De muitas corridas
Algumas partidas
E boas lembranças.

Sei as lembranças são muitas, e são difíceis.
E em cada canto que passamos
Deixamos nossas marcas
Boas ou ruins, mas ficam as marcas.

Quanta dor e sofrimento agente ainda têm?
E, para nós que estamos acostumados com as mudanças
Pode até ser fácil a reiteração.

Sei também que são unanimes as lembranças.
Muitas ou poucas que teremos uns dos outros
Pois, é para muitos de nós, é mais de uma década de acompanhamento das nossas mudanças,
E das novas fases da vida.

Pode até ser difícil,
Mas, pelo menos um, lembrará neste momento,
Do primeiro dia de aula,
Da primeira Professora,
De quando caiu o primeiro dente de leite.
Mas, principalmente, lembrará da galera zoando da “trave sem goleiro”.

Podem rir!

E agora, mas do que nunca,
É mais uma fase que passa.
E outra que se aproxima.

Pois como diz o Poeta:
“A felicidade é como uma pluma
Que o vento vai levando pelo ar,
Voa tão leve, mas tem a vida breve.
Precisa que haja vento sem parar.”

E nós precisamos das lembranças
Para sustentar a felicidade
E sustentar principalmente o amor.

E para finalizar quero deixa o legado da felicidade,
Da compreensão, da esperança,
E o que a partir de agora tomará conta de todos nós.
O legado do amor e da responsabilidade.
Pois, “Só o amor muda o que já se fez e a força da paz junta todos outra vez, venha já é hora de acender a chama da vida, e fazer a terra inteira feliz”.


Felicidades!

 
Vinicius Fernandes


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CANTO À LIBERDADE


Por detrás dos montes claros
Naquelas noites sombrias
Eles e as palmas
Em um ritmo envolvente
No molejo do remelexo.

E na pisada...
O chacoalhar da folhas.

A brisa leve
Enaltece o canto
Que a cada momento se transforma em grito de clamor.
Clamor ao perdão
Clamor ao amor...
E clama à liberdade!

E o ritmo continua...

A cada batuque no tambor
A harmonia,
E a sintonia
Vai aproximando
O Homem ao Divino.
As vozes das mulheres
Embrenhada com o canto das aves noturnas
Faz deste canto o momento de felicidade.

Então canta negro!
O Samba do tambor e do Pandeiro
Que do atabaque ao agogô
Seja Gege e Nagô
É o som dos brasileiros.


                                        Vinicius Fernandes



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

FRAGMENTOS

Do nato
Para o mato
A certeza.
De ti
Para mim
A decência.

E lá está
A cama,
O papagaio,
A agulha,
E a angústia,

Cercado pela pressão
Baixa
E pela Alta febre.

Lá Está...
Eu,
E a dor...
Duas faces da mesma moeda.

Outrora, em um Hospital!

                                           Vinicius Fernandes

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ALERTA


Não cabe a mim...
Viver de utopias constantes,
Em confronto comigo
Fora de sintonia com o mundo

Não fomos nós...
Que envernizamos as asas da barata,
Quem deu o ultimo ponto sem nó.
E nem tão pouco
Nascemos deitados em berços esplendidos.

Somos realmente os responsáveis
Por resplandecer a imagem do cruzeiro.
Do Sul.
De nós mesmos.

Deveremos sim, ter cuidado com o ponto do i
Com tanto empurra-empurra de Ideias
Ele pode cair
E virar...
Ponto
Final.
                                      Vinicius Fernandes

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

CONDICIONAMENTO FINAL

Mundo, mundo... Mundo;
É este mundo dos muitos
E os muitos deste mundo;
Que nascem e que crescem
Que talvez reproduzam...
Mas um dia todos morrem.

Morrem por fim da vida
Da vida má vivida,
Da vida onde não houve o devido cuidado.

E teremos que cuidar,
Encontrar seus preceitos,
Dividir seus anseios...
Mas ainda estamos condicionados,
E ai? PLUF!

Mundo dos que dividem as amizades,
Mundo de boas famílias,
Mundo do bom futuro.
Porem ainda está condicionado.
E ai? PLUF!

E vou à realidade,
A morte é realmente o fim...
No entanto, morrer cedo é a falta do bom começo.
Começo sem o mínimo de dignidade,
Começo sem educação,
Começo sem saúde.
E ai? PLUF!

É... O caminho é tortuoso...
Primeiro encontrei uma boa amizade,
Depois a experiência,
Gostei...
Tenho mais uma chance.
E foi a folha.
E foi a pedra.
E foi o pó.
E já estou condicionado.
E ai? PLUF!

Roubei,
Prostituí-me
Fui preso...
Saí.
Mas estou condicionado.
E ai? PLUF!

Agora já está combinado.
Está chegando o fim.
Foi-se mais um do mau começo.
Do começo sem escola,
Sem saúde,
Sem dignidade.

Entretanto a morte ainda não foi o meu fim
Com muita dificuldade superei-me,
Encontrei a escola.
E aos poucos iniciei a mudança do mau começo.
Poderiam até estar achando que eu morri.
Contudo ainda estou condicionado.
E ai? PLUF!

Mudei minha vida,
Mudei meu instinto.
Agora agradeço,
E acredito que a educação muda
E me ajudou a mudar o futuro onde a morte ainda não foi o meu fim,
Mas o começo de uma nova vida.
E ainda estou condicionado.
E AI? PLUF!


                Vinícius Fernandes









GLOSSÁRIO

Preponderante ao conforto
E a unanimidade
É que te torna mais...
Analógico ao imaginário
Pertinente com a simbologia
E passional com a opulência.

E do alabastro
De onde tu vedes purpúreas virtuosas
Que com segurança e credibilidade
Choraste.

É blasfêmia do albatroz!
Dele animados e inanimados morreram
E conspiraram da interpenetração.
Mas é para todos,
A reiteração,
Com pudor ao melindrar.

Vinicius Fernandes

MELODRAMA

O braço não é mais do laço,
É o passo, o piso, o risco
E o passo?
Não é mais preto
É falso,
Mas não sou eu.

Em cada canto
O desencanto
O sustento
E o medo
É que te torna cada vez mais Hipocondríaco.

Veja.
A rua não é mais sua
É do vento
É do tempo
É de quem quer que seja
Veja!

O braço, o passo, o canto e rua.
Fique atento, fique na sua
Pois tudo pode mudar.

Não podes falar
Não fale
Não queres gritar
Não grite
Mas preste a atenção
E tome muito cuidado
QUERER É PODER

E só você pode...
Olhar bem o Corpo e o copo
Olhar o lodo e a lama
Sentir o amor e o ódio
Sentir  a frieza e o drama.

Só você pode
O corpo, o copo
O lodo, a lama
O amor, o ódio
A frieza e o drama.

                         Vinicius Fernandes

RUGIDO

O tigre já ruge...
Palavras de lamentos inanimados
Escapando da dor
Derramando os sentimentos
Povoados em seu coração

O tigre já ruge...
Cantos em devoção
Ao sol,
Ao lodo,
O tigre já ruge, ruge.
Rugido em mim.

O tigre já ruge...
Para mim,
Com tanta clareza
Com tanto calor
Do fogo
Da lareira
De quem se aproxima
O tigre já ruge, ruge.
Rugido em mim.

Esbanjando força e coragem.
O tigre
Ruge
Ruge
Rugido em mim.

Vinicius Fernandes

EU, POETA

Se paro, calo ou penso
Se ando, falo ou pulo
Sei que vivo
Quando digo o que posso
E registro o que quero
Sou simplesmente eu.

Se canto...
E se teimo o seu ponto
Sou POETA.

Eu
PARO
OLHO
ESCREVO
TANTO
AMOR

Seu poeta...

E calo eu...
Se fala quieta
Tanto EU      
Quanto você
Estamos nós,
E o POETA!

Vinicius Fernandes