segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

ESPECTRO
















Hoje não quero mais a capa
Não quero o mapa
Nem a fotografia
Não quero a ordem que foge
Não quero o molde que dobre
Não quero a rima tardia.

Quero as folhas e o vento
Desenhando o relento
Da vida de entre linhas
Que te tempo eu tempo
Sopre o rumo desviado
Que sofre mais que o cantado
De mais uma noite sombria.

Não quero a capa!

Quero as rotas perdidas
Entre a espera do ser
Que entre as trilhas mandadas
É sonora do ter.

Não quero o mapa!

Quero mais um movimento
De imagem ambulante
Que troca o espelho
Da pálida amante
Por um   espectro seguro.

Nem Fotografia!

Quero a harmonia das marchas
A sintonia das placas
Em caminhos dobrados
Que em seu rumo desdobre
A mais nobre poesia.

Quero fugir da métrica
Enquanto tira a estética
Sem sonho, sem prosa
Quero o chão
O cão
O não
Quero rimar terra e água
Chão e chuva
Quero mão e a luva
Do meu ser
Em teu ter amor.




                           Vinicius Fernandes

PODERES


















Das noites de sorrisos abertos
Que discreto e preso
É o tom que tomba
Que zomba da vida deserta
Pois é na mira certa
Que caminha para o estranho
Onde me faz estranho o desejo retido no suor.

De repente na cama minha
Despensa a dor de ser mais que um
Que pensa...
E novamente caminha  
Na direção constante
Entre terra e céu
Numa só energia
Do poder alem
Que contagia e muito alem
É ser dito, maldito
No mito é ser o amor
E nunca mais poder amar.


                                       Vinicius Fernandes

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

RAZÕES


























Lá das terras fundas
Onde repousam os dias
O dourado solar é riqueza da manhã
Crescida no balançar da rede
Amadurecida no cantar do bem-te-vi.

As terras fundas da calmaria
Pacata como os grandes centros
De Sonhos e nostalgia
Onde a paz que reina é veloz.

Nas terras fundas ou sonho
Ou voz quebrada em lágrimas
Ou a contagem regressiva
Ou a ideia regressiva.
Onde “o real é a face transitória da realidade”
Ou coragem
Ou medo

E o medo
O passaredo
O segredo
O gemido do começo de uma meta
Que desconexa detesta sintonia

Que Tonica detesta o não ser
Para amar sem razão.


                                     Vinicius Fernandes

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

REVERSO























Num quase ou agora
Meu tempo parou
Em respeito a minha mente
Não se mete
E me remete as palavras capitaneadas
Em portos de navios naufragados

Num quase ou agora
Ouvi o grito do silêncio
E a paz que nele reinava
Interrompeu-se às pressas
Cortado em poesias filosofais.

E aqui estou...
Cantando as horas
Contando os dias
Encantando o verso
Restrito ao teu monumento
Que agora é meu.

Num quase me perco
Perco minha poesia
Que há tempos não mostrava
O mapa do meu tesouro
O meu berço esplêndido
O alerta de meus fragmentos
Que pouco a pouco retoma os versos
Que tão incertos, são certos
E muito alem disso...
São teus.

                        Vinicius Fernandes