quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

PALAFITAS


Um toque no celular
A chamada na caixa postal
A impressão de fracasso
E o recado não respondido
Tem demonstrado
A intensidade do amor
Que tenho por você.

O bilhete em cinzas
A tinta fraca da caneta
O rabisco no fim da linha
É o que importa neste momento.

Sinta que a lua está esboçando
Um sorriso que logo mostrará
A sua nova fase.
Pois alem dos teus olhos
O brilho que vejo
Ilumina o caminho
Por onde devemos trilhar.

O pior é que
Quando bato em tua porta
Percebo que o Poeta
Sofre,
Sofre metamorfosicamente
Observando que a lua míngua
Com as batidas do velho coração.

E inconscientemente a lagrimas caem
Lavando os prantos que inundam
Uma vida monótona
Em palafitas
Isolada e conectiva
Que acelera e acalma
Meu peito que levemente
Pena e fecunda
O humilde sentimento
De quem ama.


                   Vinicius Fernandes

sábado, 12 de fevereiro de 2011

GENTE

Gente
Bicho
Que grita
Que fala
Que beija...

Gente
Problema
Que nasce
Que orienta
Gente que iventa
Razão...

É gente
Que pensa
Na praia
Na casa
Na rua.

Gente
Fingida
Falida
Caida
Na lua

Gente que é gente
Tão louca que sente
O poder da mente
E esquece do coração.

Gente pirada
Agora parada
Pelo sim ou...
Pelo não.

               Vinicius Fernandes

domingo, 6 de fevereiro de 2011

JEJUM

E, mais uma vez 
Estou propício
Estou perdido
Estou parado
Estou caído.

Pela necessidade da palavra
Que amoleça este coração
Que já está partido
Por sorrisos que flecham meu peito palhaço

Pela carência estendia
Que por muitas vezes
Me fazem entrar em jejum
Da palavra
Da cidade
De você.

Agora os prantos que rolam
Me fazem cair em tentação
Perdido...
Pedindo socorro a beira mar

E mesmo assim
É como ver o por do sol no arpoador
Estou maravilhado com sua presença
Encantado com tudo que me parece
Real.

                                  Vinicius Fernandes

                                             

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ARRIMADO


Um dia sai primeiro
Fui passageiro
Trapaceiro
Embaixo do chuveiro
Vi tudo mudar.

No outro, sai para o mundo
Fui vagamundo
Sujo, imundo
Seqüestrador para Raimundo
Para muito dinheiro ganhar.

Pisei no terraço
Fiz o laço
Cortei o braço
Dei o abraço
Para o frio espantar.

Para muitos
Mentiras contei
N’outros dias em que beijei,
Me arrepiei
Encantei
Cantei,
Para meu desejo matar.

E como todos
Rimei
Mudei
Criei
Tudo farei
Para não parar de pensar.

                        Vinicius Fernandes