Eu que não entendo o entender
De algumas coisas
Sou santo demais para cantar
O encanto das almas delirantes
Sou alto demais para amar
As flores dos amantes
Sou dores demais para dourar
As estrelas estreantes.
Eu que não olho o olhar
De algumas coisas
Sou cego demais para destilar
A verdade verdejante
Sou bom demais para pitar
O cigarro da cigarra cantante
Meu tom é demais para esconder-me
Na sombra do vivente errante.
Eu que não entendo o olhar
De algumas coisas
Olho o entender
De algumas vezes.
Ele
É mais que santo
É mais que flores
É mais que dores
Ele é menos que cego
Ele é menos que bom
Ele é mais que seu tom
Ele é mais que seu dom.
Ele é só
É poesia.
Vinicius Fernandes
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