segunda-feira, 26 de junho de 2017

ORAÇÃO DA QUEDA












Encontro ponto e ilegítimo rei
Folha extensa aberta ao tempo
Poesia intranscendente
Ímpeto do relento insosso

Ao vil enfeite de maldade
Ao sórdido arquétipo poético da infâmia
À rusga ignomínia da aurora
À dose do amargo remédio sombrio

Convidá-lo-ei a pedir-lhes licença
E recolher-te a insignificância
Da manjedoura das profundezas
Com os bancos de ódio
Dos oceanos secos e mágicos em pó

Veneno moderno ao povir dos sonhos
Fruto podre do abismo de arranhas céu
Rogá-lo-ei pela célere queda do teu rasante
Voo do efêmero ao acoite
Abutre repugnante dos olhos de fel.

25 de junho de 2017
Vinicius Brasilino



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